Neste retrato procuro sugerir, mais do que evidenciar, quase como que um arquétipo de um feminino que expressa interioridade , simplicidade , portanto, forte . Esse lugar de muita sabedoria que habita em todos nós, mulheres e homens, segundo Carl Jung. Esta força verdadeira que não se impõe!
Para isso, deixei partes quase inacabadas, ou mais suaves, com pouco pigmento. Mas também queria sugerir uma imagem marcada pelo tempo, quase uma memória ...
Trata-se de minha bisavó materna, Euphemia Sgobbi, natural de Piove de Saco, Vêneto, que tomando seu destino nas próprias mãos , decida escrever nas paredes de todos os mictórios masculinos do Porto de Santos, o nome da cidade para onde se destinaria, com um pedaço de carvão. Era muito nova e seu pai não queria revelar essa informação para que seu "ragazzo" e futuro marido, Candido Foresti a procurasse. E assim registra: "La famiglia Sgobbi è andata a São Carlos do pinhal". O Universo colaborou: Candido descobre a mensagem, se reencontram, se eles casam quatro meses depois e seguem para Varginha, Minas Gerais, cidade onde eu nasci, e lá se estabelecem.
Mas o destino a surpreende e outra vez ela se destaca como protagonista: com 9 filhos e menos de quarenta anos, Euphemia fica viúva. E de novo, tomando o destino nas mãos, funda a Casa Viúva Foresti e segue exercendo seu protagonismo sereno e forte, a partir do oriente de seu ser.
Este trabalho é uma primeira homenagem à minha "bisnonna Euphemia Sgobbi Foresti!